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Minha alma encostada na tua

Será que é possível se apaixonar pela alma de alguém?...

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Nossa suíte 13

Você não conta da minha existência pros seus amigos, e eu me torno só mais uma com quem você esbarra por aí e diz oi...

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Um amor ao primeiro sorriso

Quem diria né, que após esse seu primeiro sorriso tudo mudaria...

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10.8.15

Cada segundo conta!


Meu celular tocou às 03:00 da manhã com a pior notícia que eu poderia receber. Você havia sofrido um acidente, e esse acidente te tirou de mim.
As pessoas costumam ter um dia para nomeá-lo como o melhor da sua vida, eu tinha um para chamar de o pior dia da minha vida.
Foi um chororô sem fim. Todos os seus amigos estavam lá para me apoiar, e de certa forma, eu estava lá para apoiá-los também, pois todos havíamos sofrido uma grande perda. 
Já faziam 24 horas que eu não dormia, estava abalada demais para fazer qualquer coisa. Comer, beber água, conversar com alguém. As únicas palavras que eu disse, foram para a sua mãe, perguntando se podia dormir na sua casa, no seu quarto.
Tomei o banho mais longo de toda a minha vida, vesti sua camiseta do lanterna verde e deitei na sua cama, de cabelo molhado... Você odiava tanto quando eu fazia isso.
Não preciso nem dizer o quanto demorei pra dormir, o quanto chorei naquela noite, o quanto aquela cama me fez lembrar de inúmeros momentos ao seu lado. Tantas noites de amor, tantos cochilos nas tardes de domingo, tantas guerras de travesseiro... E agora eu não teria mais nada disso, porque eu não tinha mais você.
Quando acordei, sua mãe carinhosamente me deu um abraço apertado de bom dia, meu deu uma mala e disse que o que eu quisesse dos seus pertences eu poderia levar para o meu apartamento, embora ela não recomendasse que eu fizesse isso, para não prolongar a minha dor.
Estávamos noivos. Minha dor já era grande o suficiente, objetos não a deixariam maior ou mais intensa.
Não pensei duas vezes antes de começar a encher a mala com coisas suas.
Peguei minhas três camisetas preferidas, uma delas eu havia dado para você. Dois moletons. Um urso, que eu tinha te dado também. Seu perfume. Seu box de How I Meet Your Mother. E sua coleção inteira de bonés.
Coloquei a mala no banco de trás de carro, entrei e dei partida. Estava na hora de voltar para o meu apartamento, o que acabou sendo um pouco mais difícil do que ir embora da sua casa, já que se meu apartamento falasse, teria inúmeras histórias de nós dois para contar.
Passei o dia todo organizando suas coisas no apartamento.
A noite pedi uma pizza, tomei um banho e fui para a cama, vestindo uma camiseta sua novamente. Desta vez, não foi difícil pegar no sono.
Meu celular tocou às 03:00 da manhã, sua foto no visor me causou uma estranha sensação de medo. Atendi. Era você me dizendo que havia sofrido um acidente, mas que estava bem e que logo estaria no meu apartamento para me dar um abraço forte. Disse que estava com saudades e desligou.
No princípio fiquei confusa. Eu já não tinha te perdido? Será que isso era um sonho? 
Olhei para a minha roupa. Não era a sua camiseta com a qual eu tinha ido dormir, era o meu pijama de todos os dias.
Eu mal podia acreditar, você estava bem, nós ainda iríamos nos casar e construir uma família. Toda a dor que eu havia sentido, toda a angústia, o desespero, nada era real.
Ao invés de demonstrar preocupação quando você chegou, demonstrei felicidade, sei que você não entendeu muito bem na hora. Mas eu precisava dizer que te amava antes de surtar com o seu braço quebrado.
Às vezes a vida nos prega peças para que aprendamos a dar valor a cada dia que passamos ao lado de quem amamos. Cada segundo conta!

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